terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Olhar

Sente, vê o que és
Olha! Não me mintas
Estás a olhar??...Olha!
Deves...Não te queiras
Sê o que és, sim?!
Pensa, olha o que se lhe diz
Vê, sente, respira, palpa
O toque sim, é essencial
O respirar é motivador
Mas o olhar...o olhar
Fixa-nos, penetra-nos
Deixa-nos hipnotizados, quase
Que nos enfeitiça!
Distante mas verdadeiro
Diz que é a alma...nao sei
Se é ou não, mas sim algo
Transparente, como que imana lucidez
Ou mesmo intenções!
Engana sem saber, sem querer
Mas quem é que não acredita?!
Um olhar correspondido,
Um olhar maroto,
Um olhar sedutor,
Um simples olhar!
Rimo-nos, e por fim
Abraçamos o que vimos...

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ela(s)

Forte, muito forte
Dura, quase impenetrável
Responde fugazmente, quase
Sem pensar, instintivamente,
Será defesa? Não sei,
Talvez sim, talvez não
Triste não se nota,
Luta, nunca pára
Continua a lutar..
Incansável, talvez até quase
Impermeável tal capa

Mas, e porque não há
Acho eu, resistíveis
Baixa guardas, deixa-se levar
Contínua e sem desconfianças
Leve, delicada
Quase que nos ilude, tamanha franqueza
Sente-se o calor, outrora escondido
Fugaz,
Contangiante
Desconcentrante!
Simplesmente,
Apaixonante

domingo, 15 de janeiro de 2012

Toranja - Lados errados

Lados

Objectivos de vida
Esteriótipos de ser
Veículos de confusão
Sentimentos desorientados
Sem ser, sem rumo

Lados opostos
Lados sobressaídos
Lados de cada lado
Lados não são, mais que miragens
Suposições, ilusões, ões, ões, ões

Cara ou coroa
Ser ou não ser
Bem ou mal
Amar ou odiar
Viver ou morrer

Lados opostos
Lados sobressaídos
Lados de cada lado
Lados que são miragens
Mas, no final...
São lados que são apenas um
Um ser, um amor, um objectivo, uma vida

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Beirut live at Amoeba on the October 27th 2007

Tua ou Minha

Tolinha,
Doida,
Achas mesmo?
Que eu não importo nada?!
Que eu estou bem?
E quando tu não estás cá..achas mesmo??
Saudades?

Claro que tenho!
Cada coisa que faço ou acontece
Só me faz lembrar de ti e,
De querer estar contigo!
Porque...

O que seriam das coisas
Sem ti?! Se não fossem passadas
Com a mulher amada!
Não tens vergonha? De ter
O poder de me deixar assim!

Não o disse,
Não porque não quisesse
Ou porque não interessava
Mas porque...
Não achei que fosse importante (mal visto...)

Pois o que queria,
Era ouvir a tua voz! Ouvir!
O gosto com que falas do que conheces
Parece que fiz mal...

Já te devia conhecer
Saber o que não gostas
Desculpa-me por te adorar
Por esta burrice, talvez até estupidez
...

Mas quero que saibas
Que nada te escondo
Nem tenho de o fazer
És parte de mim, da minha vida
Longe, estás longe!

Ver-te
Tocar-te
Cheirar-te
Beijar-te
Olhar-te
....

Ele

Olha-se no espelho
Fixo, penetrante
Quase obsessivo
Não sorri, não pestaneja
Não se move, quieto

Vê-se, mas não se conhece
Não se reconhece
Nada daquilo que vê
O faz sentir seu
O faz ser ele prórpio

Não reage, nada faz
Porque nada disso lhe incomoda
O não ser o que devia ser
Isso não lhe importa
O olhar e não se ver

Porque e simplesmente
Ele não se quer ver
Não se quer conhecer
Nem saber quem ele é!
É melhor assim...

Sem dor, sem sofrimento
Sem mágoa, sem angústia
Sem nada...
E assim, cobrindo, continua
O espelho da sua vida

Algo

Vagueias pela rua
Deambulas
Deixas que tudo te invada
Sorris, disfarças, finges
Proteges-te

Tudo passa por ti
Como se de um filme se trata-se
Onde tu fazes parte dela
Mas não o podes
Nem o consegues parar nem mudar

Sentes-te preso
Não sabes o que é
Só sabes que te incomoda
Te deixou mal
Te agonia

Pensas, desesperas
Voltas a pensar, entristeces
Algo te consome e é,
Como se não o conseguisses combater
Nem derrotou

Mas como?
Não sabes o que é
Nem se é algo ou alguma coisa
Ou até mesmo...
Alguém...

Posto isto, e
Sem mais nada que possas fazer
Resta-te,
Sentar na secretária
E escrever...