sábado, 17 de novembro de 2012

Dor

Olha para ela, o que vês?
Olha para ela, o que sentes?
Olha como se deve olhar
Olha sem desconfiar
Olha para ela, ela olha para ti?

O que vês? O mesmo que ela?
Sentes o que ela sente?
Vives o que ela vive?
Respiram o mesmo ar?

Atento, as escutas
Confuso, as ouves
Sentido, a compreendes
Amável, a apoias

Singelo abraço
Apertado, cheio de ser
Vivido, amado
Sentes a dor, a dor
Do que é assim viver!

Faltam-te a palavras
Ris-te por compaixão
Choras sem qualquer razão
Apagaste a alegria
Disfarças a preocupação

Força! Dizes tu...
Nada mais há a dizer?
Sabes o que dizer?
Quando e como o dizer?
Quem te ensinou....

Passados escondidos
Realidades vividas
Experiências inacabadas
Leituras destemidas

Perguntas como ela está
A coragem mascara-te
O corpo abstrai-se de te iludir
Pecas por demasia, por pedir
Levas o safanão do dia
Pedes para ela nunca mais vir...