domingo, 2 de fevereiro de 2014

Angústia Desempregada

Dor invisível, não dói
Penetra tua alma, não dói
Dor que não é só tua, é
De todos os que te amam!

Deambulas pelas ruas, cidades
Não sabes p'ra onde vais
Perdeste a noção de futuro
Tão repetitivo! Porque não sais?

Fugir não é destino
Ficar não é vida
Impasse de perdição
Mói, angústia coração

Lutas até que não possas mais
Lutas, sem armas que cheguem
Desarmado, incapaz
Ainda sob a alçada de uns pais

Pais sem norte, corrói-se por dentro
Leva-te a alma, o pensamento
Desespero escondido...
Olhas, sentes-te perdido...

Palavras nada são, escritas nada valem
Pensamento esquecidos
Valores se vão, poderes se vêem
Obscurecidas, obscurecidos...

Angústia dependente, sem que se empregue,
Já desempregada...

Chão

Um chão vazio a meio
Uma moeda caída em redor
Um velho passeia, sozinho
Uma moeda não pára, não pára!
Sobe sobre o monte
A pedra cai entre si
Viaja até não poder mais
Rompe a ruína dele só
Segue a sina de um dó
Um chão...só...

A Noite

Noite, noite só
Silêncio sombrio
Sombras apagadas,
Sob luzes escondidas

Ouves a mente
Faz-te divagar, sonhar
Pensar que és demente
Ela engana, deixa-se ganhar...

Noite, noite só
Escondida e só
Protege-se do sol
Dá força à lua!

Adormeceu-se o girassol,
Pensas que é só tua...

Palavras se riscam em panos brancos
Pensamentos se esvanecem sem querer
Sons se esperam sob os flancos
Vultos se erguem e te fazem tremer!

Noite, noite só...
Sozinha entre si
Inimiga do dia,
Amiga de quem pensa por si!